sábado, 9 de junho de 2012

SOBRE CORPUS CHRISTI

SOBRE: http://saudeconsciencia.blogspot.com.br/2011/06/corpus-christi-do-latim-corpo-de-cristo.html


Dr. Ricardo

O texto sobre Corpus Christi, é  muito bem-vindo por seu caráter histórico e bastante elucidativo quanto ao desenvolvimento, significado e celebração, inclusive musical.
Desde a minha tenra infância  trago comigo as celebrações realizadas na  Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Santo André, bem como as procissões que se faziam ao seu redor, na oportunidade.
Com o advento das duas grandes guerras mundiais e o estourar das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, por ocasião da segunda guerra, o sentido de Deus e a presença de seu filho, foram minimizados, em razão da inoperância de chamados gritantes face aos horrores que então se abatiam sobre os humanos.
Assim, toda a  invocação em súplicas, rezas, ou murmúrios e gritos, para a intervenção nos terríveis acontecimentos, não tiveram  ressonância, nem mesmo junto aos representantes da Igreja no Vaticano, como o Papa Pio XII.
Com a reviravolta havida, não só no pensamento como nas atitudes de então, e, também pelos estudos filosóficos e leituras outras que proliferaram a partir disso, o humano foi priorizado em detrimento da sua religiosidade.
Juntou-se a isso, os estudos sobre os males e, por  que não dizer, os crimes da Inquisição e seus tribunais do Santo Ofício, no atendimento à pregação, propagação,  e inoculação dos ditames da Igreja, em desfavor, inclusive, da existência do filho de Deus, mas com prioridade privilegiada  às humanas criaturas.
Todo esse arcabouço, aliado ultimamente, às inovações feitas pela própria Igreja, como modificações nos ritos e celebrações, afastamento da presença da música  sacra, abandono da língua latina nos ofícios e outras inovações, em  atendimento à busca de novos fiéis, a data da celebração de Corpus Christi sofreu um esvaziamento de tal monta que ficou apenas restrita ao calendário com o aposto sempre ansiado de “feriado”.
Felizmente, com todos os equívocos que a religião cometeu e comete, talvez para firmar dogmas e atitudes inoportunas que a cercam e vicejam, minha memória guarda os tempos da infância e adolescência, quando, Corpus Christi era compungidamente alçado em sua celebração, por mim e meus familiares.


Grato pela auspiciosa oportunidade de lembrança tão longeva.

Abraços
Mário Inglesi
08.06.2012

2 comentários:

  1. Caro Sr. Mário,

    Agradeço a reflexão que se propaga até um tempo em que não vivi. Realmente surpreende!
    Apesar dos pesares, o sentido de Igreja enquanto Eclesia sempre foi, conforme atesta o latim, grupo de pessoas, e se hoje alguns a veem como instituição ou templo, creio que seja por termos nos descuidado na atenção.
    Assim, como todas as empresas e instituições que tenho conhecimento, também aquela à qual o senhor se refere está fortemente permeada pelo "fator humano". Nunca é demais lembrar que Herrar é Umano...
    Toda essa coisa de ciscos e traves está, a meu ver, muito bem equacionada na obra: "Irmão Sol e Irmã Lua", que retrata uma lasca da vida de Francisco e de maneira especial seu encontro com o Sumo Pontífice (construtor de pontes).
    Assim, penso que não há surpresa, senão quando nos esquecemos de buscar dentro de nós e procuramos por uma solução fora.
    O fator humano é determinante, e assim como a força de uma corrente é dada pelo mais fraco de seus elos, também o fator humano é implacável em tornar clara a condição do atual tecido consciencial de nossas instituições, sejam elas quais forem, desde famílias até as que ousam assumir o papel de representantes dos poderes do universo supra-sensível.
    Estou aprendendo, herrando e me surpreendendo, e o que mais me surpreende é esse humano que estamos e que parece tão real que chega até parecer verdade...

    Com gratidão pelo seu generoso e oportuno olhar.

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  2. Caro Sr. Mário!

    Estive pensando e me vieram à mente algumas obras em que a tensão expressa em suas palavras, no texto acima, foi maravilhosamente trabalhada. Desconheço, é claro, se algum escritor fantasma rondou por aquelas bandas... De qualquer modo, Herman Hesse o fez com maestria na obra: "O jogo das contas de vidro", assim como Morris West em: "As sandálias do pescador" e finalmente no filme recente nas telas culturais de São Paulo: "Habemus Papam". Creio, vale a pena conferir, no caso do assunto permitir alguma abertura. O fator humano é sempre surpreendente, em um caso ou em outro!

    Grande abraço!

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