quinta-feira, 10 de outubro de 2013

DIA DAS CRIANÇAS: 12.10.2013


Por: Mário Inglesi



Crianças nascidas e vividas nos rincões deste Brasil grande viviam em casas humildes, mas com quintal, onde, do colo da mãe ou de quem estivesse próximo sempre a ajudar, logo começavam a engatinhar ou andar de pés no chão, ou sentadas na terra do quintal sem fim, coberto de árvores frutíferas e muitas folhagens, em meio às galinhas, pato, cachorro, porco ou outros demais bichos que por lá passassem.

Sem temores, ou medos, viviam de olhos abertos de espanto com tudo que viam, inclusive o imenso céu azul, coberto de estrelas à noite em meio a um luar escandaloso.

Depois, já crescidas, brincavam com o que tinham ou achavam, sempre livres, como bichos do mato, sem eiras nem beiras.

E assim continuavam a fazer da vida um paraíso terrestre, ainda que romântico e exíguo em suas pretensões.

Mas, com isso, podiam um dia pensar ou dizer ou repetir, como o poeta Casimiro de Abreu? (1837-1860),



Oh! Que saudades que eu tenho

Da aurora da minha vida

Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais.



Ou, nesse mesmo cenário parco de quereres, mas de muita simplicidade e de pura beleza, outro poeta, Olavo Bilac (1865-1918), poderia vir a declamar:



Criança!  não verás país nenhum como este!

Olha que céu! Que mar! Que rios! Que floresta!

A Natureza, aqui, perpetuamente em festa.



Mas, hoje, esses versos, ainda podem ser ditos, mas com um significado, infelizmente, bastante negativo, basta, para isso, um rápido olhar para a natureza e para as crianças, e ver-se-á uma natureza em clamor pedindo ajuda e crianças nunca dantes tão negligenciadas, pelo meio ambiente, pelo clã familiar, enfim, por toda a sociedade.

Confinadas em prédios, condomínios fechados, escolas, creches ou internatos, não tem mais espaços e não tem mais liames a que se apegarem, vivem sós, isoladas, solitárias, quando muito, vendo a vida pela janela dos apartamentos, sem interação com a vida, e as pessoas.




Muitas podem ser consideradas invisíveis, pois delas, marginalizadas por toda ordem de fatores, ninguém sabe da existência, a não ser pelos jornais quando então merecem destaque, por desgraças mil que as assolaram ou ainda assolam por tempo indeterminado.

Assim, manifesta-se de bom alvitre, no Dia da Criança atentar-se à situação dessas nossas crianças, com a responsabilidade que toca a cada um de nós em particular, e, ao poder público, no geral, com o fito de engendrar, sem pieguice, laços de ternura e compreensão, para com suas necessidades vitais.

Afinal, a criança é o esteio de nossa herança de vislumbre para um país melhor, mais equânime, verdadeiro e democrático.


Mário Inglesi

Um comentário:

  1. Felizmente a maioria das crianças continuam felizes, porque a pureza e o amor estão dentro delas, e desde que em famílias unidas, continuam ANJOS a colorir a vida.E viva as crianças porque é delas o Reino da terra e o Reino de Deus!Vamos procurar sempre sermos como as crianças , sem ranços e negatividade, mas alegres, muito alegres e seremos felizes.E viva o dia das crianças.Bjs.

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