terça-feira, 12 de novembro de 2013

1889 – República




É de praxe, entre nós, não dar valor a nossa história e suas datas comemorativas.
Isso, talvez, decorra do fato de não ter havido, grandes lutas de conquista pelo povo que compunha o Brasil à época dos acontecimentos.
Pelo menos, é o que aconteceu com a proclamação da República. Senão, vejamos: a monarquia caiu, sem alarde, por meras circunstâncias de sua inevitabilidade.
Os militares se sentiam desprestigiados e inferiorizados pelo governo monárquico, dada à ausência de soldos compatíveis, equipamentos e promoções, assim como os senhores barões da terra, alimentavam, de forma crescente, as movimentações em prol da instalação da República, principalmente depois do ato da Abolição da Escravatura pela Princesa Isabel, em 1888.
Aliou-se a essa insatisfação, a liberdade de imprensa e de opinião vigorantes à época ainda durante a implantação do Reinado, preconizando em favor dos ideais republicanos.
O único elemento realmente desconcertante nessa situação, era o povo de maneira geral, pois, por razões históricas, se prendia aos atos imperais como dados por um pai benevolente e conselheiro, sem quaisquer laivos abruptos de luta e de demonstração política de descontentamento. E, não podia ser diferente. O país era fictício tal como o de Bruzundanga e sua corrupção desenfreada na área pública em compadrio com a área privada, descrito por Lima Barreto, em publicação póstuma, em 1928.
Portanto, a monarquia já não oferecia alicerces de sustentação para quem quer que fosse, e, dessa forma, caiu de madura, sem choro nem vela.
Mas, graças a isso tudo, hoje, somos republicanos com todas as implicações boas ou más que nos guiaram até aqui.
O que se espera, ainda hoje é que todos em conjunto se posicionem em favor da República e em sua melhoria, pois por muito que já tenhamos alcançado – e não foi pouco, apesar de toda adversidade – estamos longe de atingir o ideal democrático em busca de soluções aos graves problemas que ainda permeiam a vida brasileira, em campos como a cultura, a política, a economia, com marco especial ao ideal de conscientização compatível à vigência de um país com saúde, cultura e educação, não como mero palavrório eleitoreiro, mas como síntese de um sonho a ser atingido, como preconiza o Hino da Proclamação da República, de Medeiros e Albuquerque (1867-1934) e Leopoldo e Silva (1850-1902):

Eia, pois, brasileiros avante!
Verdes louros colhamos louçãos!
Seja o nosso País triunfante,
Livre terra de livres irmãos!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz.

Viva a República!
Mário Inglesi
 

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