sábado, 10 de maio de 2014

DIAS DAS MÃES 11 DE MAIO 2014


POR: MÁRIO INGLESI - VOVÔ E POETA CONSCIENCIAL
 VEJA TAMBÉM: DIA DAS MÃES 2013



Ainda hoje ecoa por todos esses nossos rincões: “Ser mãe é sofrer no Paraíso”.
Ouvir isso, em princípio soa esquisito. Não apenas porque pressupõe  viver-se num paraíso, o que, realmente, pode-se dizer que é uma grande balela ou uma enorme utopia.
Mas, em se tratando de mãe, o tal pregão faz sentido, pois, nunca se verá SER mais sofredor, em causa dos filhos do que a mãe, desde o começo até o fim da gestação, quando então, seu sofrimento chega a ser físico, quer em parto normal ou não.
Mas o seu sofrer se manifesta de todas as formas e graus. Em princípio, quando o filho é bebê, começa com as noites insones, noites mal dormidas, noites que se arrastam com ela de lá pra cá em busca de seu aleitamento e demais cuidados.
Como revela Drummond, em seu poema “Para Sempre”

Mãe não tem limite,
É tempo sem hora
Luz que não apaga.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Aliás como querem os filhos, em seu cotidiano egoístico e pragmático, como a lei também  pretendida pelo poeta Drummond

Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito um grão de milho.

Assim, ser mãe é perder, de imediato, a identidade pessoal: seu nome passa a ser única e exclusivamente: Mãe.
À essa perda, adjudica outras e mais outras, como liberdade, tempo disponível para si, disposição de fazer ou não fazer algo diferente apenas para si, ter pensamentos pessoais e próprios apenas para si, autoestima, confiança, e muitos outros sentimentos, ideias e ideais que convirjam apenas para si mesma e seu álter ego.
Em contrapartida, se sobra em trabalho, preocupação, ganha em amadurecimento, responsabilidade, cuidados, aporrinhação, e, mais que tudo, em envaidecimento, surpresas, e, muito carinho.
Afinal, como diz Vinícius de Moraes, em seu “Poema Enjoadinho”, enfocando a relação mãe e filho.

“Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!”.

Portando façamos ecoar, cotidianamente e com muito carinho e sofreguidão o Dia das Mães, todos os dias, enaltecendo o seu “sofrer no paraíso”.

Mario Inglesi


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